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Carolina Botura vive e trabalha em Belo Horizonte, MG. Graduada em pintura e escultura pela escola Guignard – Uemg. Artista visual, performer, poeta e mestre em reiki. Investiga os espaços entre as coisas e quando elas se unem. Sua prática está voltada para a vivencia das linguagens como um ecossistema sem fronteiras, relacionada a temas que envolvem natureza, espiritualidade, sexualidade, vida e morte.

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Segundo os comentários de Richard Wilhelm sobre os poemas do livro Tao-te King de Lao-Tzu LU é uma palavra de origem chinesa formada pela combinação dos símbolos “pé” e “cada”, e parece que foi, inicialmente, usada para designar as trajetórias astronômicas dos corpos celestes.

Na série de pinturas a óleo LU (2019), Botura tem como rota o ponto, as sementes da realidade na qual estão contidas a árvore e sua desmaterialização.

LU é o que cada pé pisa, o caminho que resulta justamente do fato de ser percorrido. Uma visão primária oriunda das profundezas interiores produz por si essas imagens. A repetição dos pontos nesse caminhar aparece como exercício meditativo e acaba por apresentar-nos algo como fragmentos da simetria cósmica.

É dentro de uma ordem que o caos – criação – ocorre, nunca as mesmas flores mas sempre a primavera. Gota a gota, ponto a ponto constrói-se a teia, o tecido, bordado raiz”. Estes trabalhos se assemelham a bordados de óleo sobre tela, onde a incidência da sombra e luz bem como o espaço branco e a mistura, muitas vezes (des)ordenada de cores criam efeitos impressionantes. Nesta série “as sementes convidam à tribo, às conexões céu e terra. Cobra e cosmo refletidos, refletindo a flexibilidade da natureza dual, a variação implícita e silenciosa da repetição, da expansão, o ponto que dá luz ao espaço”.