Novembro – Dezembro 2022 / Residência Falci Mourão, Belo Horizonte/ MG
Uma Ocupação Contemporânea em uma Casa Modernista.
Breve conjunção entre Arte Contemporânea & Arquitetura-Mobília Modernista.
A mostra é um convite à experiência poética, arquitetônica e paisagística em uma casa modernista da família Falci Mourão. Uma importante residência histórica unifamiliar até então desconhecida do público em geral. A ideia da mostra surge a partir de um convite, feito há mais de cinco anos à Claudia Dodd, no período em que a curadora aconselhava a família sobre a coleção de peças cotidianas e de mobiliário da casa.
A casa é uma verdadeira joia e integra dois Conjuntos Urbanos valiosos para a cidade de Belo Horizonte, o da praça da Liberdade e o da Rua da Bahia. Serão expostas obras de Arte contemporânea (produção atual de artistas consagrados, em formação, e, arte popular). É um convite à experiência poética, arquitetônica e paisagística na CASA MODERNISTA da família Falci Mourão, importante residência histórica unifamiliar até então desconhecida do público em geral.
ONÍRICA
Bem, isso é uma alegria. Ganhei a residência de Dr. Milton e D. Gilda Falci Mourão (dos anos de mil novecentos e cinquenta) por alguns dias e penso que seus 70 anos a deixaram cisuda em relação ao tempo atual. Adicionado a esse sentimento, achei que ela era um dignatário muito recente quando pensamos no que isso significa. Quando pensamos no fio longo na história da humanidade.
Ia me lembrando da mobília que compunha seus cômodos – naquele momento desaparecidos da vista. Fui escolhendo e curando a ocupação porvir. Madeiras claras, vernizes ebanizados, os latões, a ousadia do casa. Enquanto andava dentro dela e de seu vazio, a preenchi com todas as esculturas e desenhos que atravessaram a minha imaginação. Resgatei cochichando um ou outro trabalho brilhante de D. Gilda. E novos pequenos objetos, especialmente os que continham um fio reminiscente mais longínquo: pretos cerâmicos, rostos com semblante de pedra, ferro fundido impactado pelo martelo do ferreiro, o fragmento de raiz do sertão cuja forma forma um pássaro.
Alguns velhos livros deixados para trás serviram de base para a montagem: de Nietzsche a Câmara Cascudo. E algumas das incríveis colaborações feitas com amigos-oniricos, uns que professam a arquitetura como caminho, uns desenhistas (sejam eles designadores ou escritores de histórias imagéticas), artistas, consertadores de trecos, fabricantes, criadores de jardins atentos às sutilezas tonais, e tipógrafos de sonho.
Os amigos pragmáticos são adorados por mim, posto que sem eles a criação naufraga… e numa uma sala no andar de baixo, cujo chão fustigado foi totalmente coberto, pousa um magnífico tapete nômade de 120 anos, vindo da Pérsia. Serve mesmo para ajudar a ler poesia, assente-se no chão e verá que é o melhor lugar.
Para fazer uma pausa de tudo, então desça.
Texto: Cláudia Dodd
ARTISTAS
Andrea Azzi
Binho Barreto
Daniela Paoliello
Daniella Domingues
Dolores Orange
Julia Panadés
Manuel Carvalho &
Roberto Freitas
Maria Palmeiro
INSTALAÇÕES
Estúdio Veste
Letícia Grandinetti
Rodrigo Borges
Susana Bastos
PRÁTICAS CURATORIAIS E EXPOGRAFIA
Play Arquitetura | Marcelo Alvarenga @playarquitetura
Práticas Curatoriais – Pé Palito Vintage Galeria | Claudia Dodd @claudiadodd70
PR – Donatelli Tecidos | Eveline Porto @evelineporto
PAISAGISMO
Marina Tadeu Paisagismo
IMAGEM CAPA
Mariel Dodd, foto da fachada da residência Falci Mourão, 2022