Montanha

Julia Baumfeld é multiartista, transita entre linguagens das artes visuais, cinema e música. Seu trabalho relaciona memória pessoal e coletiva, utilizando como suporte narrativas intimistas e registros de mídias ruidosas. 

Natural de Belo Horizonte, graduou-se em Artes Plásticas pela Escola Guignard e é mestranda em Artes Visuais na EBA-UFMG. Desde 2014, participa de diversas exposições, festivais de vídeo e cinema, além de projetos musicais. É idealizadora da residência de múltiplas linguagens feminina intitulada “PÓÇA”, e participou como residente do I Fórum de Fotoperformance de Belo Horizonte, em 2019. Como diretora, realizou diversos curtas-metragens, dentre eles o documentário “Marco”, lançado em 2012, sobre o músico Marco Antônio Guimarães, fundador do Grupo Uakti. Em 2020, lançou seu primeiro livro, “Meio Dilúvio Meio Suspiro”, pela Editora Fera Miúda. Em 2022, lançou seu primeiro álbum visual solo chamado “Turva”, com composições autorais.

 “SOB NEBLINA” (2020-2021)

“Sob neblina” reúne trabalhos em monotipia, fotografia e vídeo. A imagem da neblina envolve a exposição. É uma paisagem turva, em movimento vaporizado. Julia cresceu em Brumadinho –– lugar que traz no significado do seu nome as brumas que percorrem seus morros. Entre curvas e névoas, os trabalhos aludem à paisagem montanhosa a qual olhou durante a vida.

A série foi produzida a partir de jogos do “I Ching”, livro das mutações. Oráculo milenar chinês, o I Ching  atua como um guia. As linhas dos trigramas representam elementos da natureza (céu, terra, trovão, água, montanha, vento, montanha, fogo, lago) e suas combinações formam hexagramas interpretados como imagens que refletem estados momentâneos do universo interior e exterior.